quarta-feira, 28 de julho de 2010

A janela era tão alta olhando por cima. Lá de baixo parecia tão mais próxima do chão que ela pensou que talvez só aquela queda não fosse suficiente, mas agora tinha certeza de que era mais do que isso. Um fio de arrependimento a teria feito desistir, mas não houve. Sua esperança havia sido lacrada dentro de uma caixa, não tinha como voltar atrás, e os gritos já não eram ouvidos por mais ninguém. A armadilha de um novo começo era só um nome mais peculiar para o fim.


06/01/09

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Reality


Foi assim que eu me vi. Você chegou tão vagarosamente que eu pensei que permaneceria aqui durante um longo tempo. Era a unica explicação para tanto medo e cuidado. O seu sorriso por muitas vezes me fez chorar, irônico não? É porque eu sabia que ele jamais seria meu. Mas eu adorava assisti-lo, me soava masoquismo, mas eu o amava, a amava, a amo. Não vá embora agora que eu me acostumei com essa dor. Não vá embora sem passar por mim. Não quero sentir falta de ti sem nunca tê-la antes.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Window.


Uma xícara de café foi deixada em cima da mesa esfriando aos poucos.

Ela ainda estava deitada em sua cama quando ouviu o barulho da porta sendo fechada. Os dois ainda estavam chateados pela discussão da noite anterior, repleta de ameaças e gritos. Mas ela não queria isso, não queria ter-lhe dito aquelas coisas horríveis, não queria ter ouvido a verdade daquela maneira, daquele tom de voz alterado, arrogante.

Levantou-se depressa para correr até a porta, e quem sabe convencê-lo a ficar, e tentar fazê-lo perceber que ambos estavam errados, e que aquilo seria mais um erro. Mas parou ao lado de sua cama, olhou em direção a janela, a luz do sol invadia seu quarto e lá estava ele sorrindo, vestido com seu casaco marrom favorito, e com os olhos brilhando. Ela vidrou o olhar em teu sorriso. Lembrou-se da primeira vez em que o viu, e permitiu que lágrimas escorressem pelo seu rosto. A paisagem em sua volta era tão bela e calma que se ela fechasse os olhos poderia ouvir os pássaros cantado.

Ela o agarrou com toda força, amassando-o em seu colo. Sentiu o calor em sua pele, e parecia que ele ainda a abraçava. Mas o único calor que havia ali era o do sol, e a imagem dele sorrindo era apenas uma fotografia que ele esquecera de levar. E seu coração foi deixado de lado, esfriando aos poucos.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Goes Around.

"Vim aqui apenas para te encontrar, para dizer que há tempos o conheço no meu inconsciente. Vim aqui para dizer-te como preciso de ti, como preciso que estejas ao meu lado, como quero que faças parte de mim. Vim aqui para abraçar-te pela primeira vez, para olhar-te mais um pouco e descobrir se realmente és como imaginei, mas dizer-te que também és perfeito se fores o oposto. Vim aqui para te entregar algo de extrema importância, algo que carrego comigo desde o início, e cuidando apenas para entregá-lo com perfeição á você, fiz até um bilhete escrito 'É todo seu.' no verso desta caixa. Vim aqui para levá-lo comigo ou ir contigo, tanto faz, ao teu lado não teria medo. Vim aqui para amá-lo... pena que você não estava lá."

sábado, 23 de janeiro de 2010

Green Eyes.


Estava todo o tempo brincando de ser. De ser rigoroso, justo e espinhoso quando por dentro só era um garoto maleável, oprimido por teus sentimentos de culpa e totalmente injusto consigo mesmo. Omitia todos os seus desejos para apenas pregar o sorriso na face de sua menina. Ele precisava dela, mas ela não precisava do garoto que mudava de forma para agradar seus olhos castanhos, - eles pareciam montanhas, e ele se entregava à aquele olhar doce, se jogava na perdição, sabia das loucuras que cometia para vê-los brilhando, mas não se importava, só queria chegar ao topo e mostrar que pra sua menina que lá de cima seus olhos azuis poderiam ser o ceú que ela tanto procurava.
E diariamente ele desmontava-se para dar diferentes prazeres a vida dela, esquecia de quem era, esquecia de sua felicidade mas sentia-se satisfeito. Sem explicações, ele só estava satisfeito por fazê-la feliz, e pra ele não havia nada de mais gratificante. Mas sua menina não era tão sua, e não procurava pelo céu, e nefastamente encontrou olhos verdes como as arvores e envolvente como uma grande floresta cheia de magia, e ela entregou-se à aqueles olhos e sentiu-se completa. Adorava a sensação de ter aquelas montanhas completas pela magia verde. E o garoto de olhos azuis perdeu o equilíbrio do corpo, desabou do alto de sua montanha e foi viver dentro do seus olhos; o céu.