terça-feira, 11 de agosto de 2009

Flightless Bird.


About me.

''Eu me pergunto por quê permaneceu aqui. Ás vezes você me faz tão mal, e eu sei que te faço o mesmo o tempo todo. Será que vale a pena querer ficar do meu lado? Ou eu do teu?
Não entendo a tua insistência de querer terminar certo algo que já começamos tão errado. E o erro maior foi meu. Admito.
Eu queria que você fugisse, e que parasse de querer mostrar as pessoas o quanto é 'bom'. Pare de se importar com o que pensam de você.
Já passamos por tantas coisas, e quantas vezes eu me escondi atrás de você. Mas já está tudo terminado, o verão acabou e você precisar ir, do mesmo jeito que eu preciso ficar sozinha.
Me machuca ver o quanto eu te machuco. Dói pensar no fim. Eu queria poder abraçá-lo mais uma vez sem que meus espinhos te ferissem. Mas simplesmente não posso, e não consigo abaixar a minha guarda.
Se você pode ir, então por favor não insista em ficar. Ao meu lado não é lugar de ninguém. Você me fez assim. Me ensinou à pensar e à agir com a cabeça ao invés do coração. E por mais que machuque o meu coração, minha consciência só estará limpa quando te deixar ir. Vá antes que meu veneno lhe atinja e eu te mate de sufoco e agônia.
Esqueça todo o mal que lhe causei e deixe comigo as boas lembranças, com elas construirei um novo lar.''

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Leave me.

Sinceramente, eu não suporto a compaixão. Não, não é a compaixão em si; é a pena.
''Eu nunca gostei de te deixar sozinha.'' Eu fico sozinha todos os dias e nunca se importaram. Meu passatempo predileto é o jogo da solidão.
''Você é forte.'' Claro que sou. Eu sempre tive que me manter com minhas próprias pernas, (não estou reclamando disso), na verdade, agradeço. Agradeço pois isso me faz mais forte, me fez crescer mais depressa, me fez sempre enxergar a 'verdadeira' realidade que me cercava. Eu aprendi a me virar sozinha, não gostava no início mas, a vida me obrigou a aprender.
''Você só está se machucando.'' Eu já me destrui várias vezes, e foi juntando as minhas cinzas que criei esta armadura. E não permito ninguém de quebrá-la, nem ao menos ultrapassá-la.
''Você nunca chora.'' Ninguém nunca está comigo. Como queres me ver chorar? Não sabes o que penso, tampouco sabes o que sinto. Não choro em vão. Recolhi as poucas lágrimas que me restaram e as coloquei num vidro profundo no meu coração.
Depois de quase dezessete anos, é agora que vens estender a mão? Agora que não preciso mais, queres que eu aceite algo que não tens para dar? Estou bem assim, acredite. E não me olhes com pena! Abomino isso. Eu existo porque me fizeste mas, só permaneci porque provei ser forte; eu me criei, me superei e jamais serei cruel comigo mesma. Nunca farei algo, que ao meu consentimento irá me machucar. E então, não preciso de tua compaixão.

... e se ela tivesse coragem de gritar tudo o que sente talvez se livrasse do sentimento de culpa, mas simplesmente não consegue mais quebrar a barreira que criara pra se proteger do mundo, e no fim o que ela tem mais medo está lá dentro com ela. É tudo tão distante e contraditório, e o medo domina todas as faces existentes.