sexta-feira, 31 de julho de 2009

Bubbles.

About me.


O vento ainda soprava forte, ecoando ruídos que fazia ao passar pelas folhas secas. Era uma tarde fria de outono, e a hora do crepúsculo chegava.
Sentada dentre as folhas secas e a grama úmida, ela olhou para o céu imaginando onde ele acabaria e desejando voar com as nuvens, ela adormeceu.
Acordara tempos depois e percebeu que as estrelas já eram visíveis e a lua cheia iluminava o jardim escurecido pela noite. Levantou-se ainda sonolenta, procurando por seus óculos e viu que não havia estado sozinha durante o sono: ''Flich, meu companheiro'', murmurou. O gato de pêlos brancos e macios levantou. Com cuidado, ela o agarrou em seus braços e andou em direção à velha casa branca, com janelas e portas de madeira.
A casa parecia mais sombria ao lado de dentro.
- Onde esteve? -ouviu-se uma voz feminina e rústica.
- No jardim; olhava as estrelas. -respondeu.
Ao perceber que não haveria mais respostas ela caminhou até as escadas e as subiu tropeçando duas, ou três vezes.
Ela deixou o gato em sua porta e entrou no quarto. Ainda com as luzes apagadas, ela caminhou até a janela e voltou a admirar o céu e a forma com que as estrelas mesmo distantes pareciam estar juntas. No canto da janela havia um pequeno vidro com espuma, ela soprou algumas bolhas de sabão e pediu para que elas voassem além das estrelas, e além do infinito, e que voltassem quando encontrassem a felicidade, e a trouxesse dentro de sua esfera.
Ela olhou por alguns segundos as pequenas bolhas serem levadas pelo vento, e depois sentou-se na cama.
Flich, que olhava atentamente para sua dona, andou e pulou sobre seu colo, miou uma vez e fechou seus grandes olhos, como se ali estivesse encontrado seu alicerce.
Passando a mão sobre o pelo macio do gato, ela disse: '' Não me abandone, pequeno companheiro '' e uma lágrima escorreu em tua face.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

She is not alone.


About me.

E ali estava ela, novamente sozinha. Esperando por algo que nem ela sabia bem o que era, e muito menos quando voltaria (e se voltaria). Dúvidas não lhe saíam da mente, perguntas que fazia a si mesma mas, pareciam não ter respostas.
Sempre que se encontrava sozinha, ela procurava por lembranças, isso a fazia se sentir melhor e acima de tudo, se sentia acompanhada. Lembrava-se dos bons momentos em que haviam pessoas sorrindo ao teu lado e muitas vezes, mesmo sozinha, as lembranças lhe faziam sorrir.
A única coisa que não entendia era o por quê de uma hora para outra ela se encontrava naquele estado. Por que as pessoas a deixavam sozinha, e nos momentos em que mais precisava desapareciam? Mas, á essas alturas ela já criara um 'escudo' em torno de si, e nã se permitia sofrer por isto. Era mais fácil assim.
Ela aprendeu que conseguir se mantêr (sozinha) era um dom que poucos possuíam. Ela aprendeu que tudo é passageiro e não podemos nos prender á nada nem ninguém. As coisas acontecem, se vão por questão de tempo.
Ela conheceu dois mundos: um lotado, onde as pessoas estão sempre rodeadas por outras, acompanhadas e totalmente depedentes umas das outras. E o outro mundo era vazio; e cada pessoa se mantinha firme por si mesma. Ela se encontrou neste mundo.
Ela aprendeu que, ás vezes, mesmo rodeada de pessoas, pode-se estar mais sozinha do que quando se realmente está .
Ela aprendeu que as pessoas são como os sentimentos : passageiros. E não valia a pena se torturar.
Ela aprendeu que as lembranças eram o que de mais valioso poderia se ter, porque sempre que se sentia sozinha, mergulhava nelas e sentia-se vivendo tudo novamente.
Ela aprendeu que mesmo sozinha, ela podia fazer a diferença. Ela aprendeu que a maior força que tinha estava dentro de si mesma, e que sempre que precisasse de ajuda ela podia contar consigo para enfrentar o que quer que seja. Medo. Decepção. Desilusão, não existia mais.
Ela descobriu que nunca esteve sozinha, sempre se teve por completa.

domingo, 12 de julho de 2009

To be, be.



About me.


O que é ser? Será que alguma vez já fomos capazes de ser alguma coisa?
Somos todos tão imprevisíveis; mudamos o tempo todo. Nossos gostos, gestos estão sempre diferentes.
Nenhum ser consegue ser, a capacidade máxima de um ser é estar. Um exemplo disto é a tal 'felicidade' . Quem se diz ser feliz? Temos momentos felizes, momento que poder durar segundos ou anos. Se em um instante estamos felizes , no outro podemos simplesmente não estar. Quem pode afirmar ser feliz sem nunca ter estado triste antes? Se fosse realmente feliz jamais se obtiria pela infelicidade. E como saberíamos o que é felicidade sem, ao menos conhecer seu oposto? Nenhum ser humano é capaz de ser por completo algo, sempre ocorrerão mudanças, é normal, sempre seremos seres diferentes do que fomos à segundos átras. Isto é o 'ser humano' . Totalmente incapazes de ser, limitando-se ao estar.


''A consciência é um ser para qual o seu ser se trata de seu ser na medida em que esse ser implica um ser diferente.'' Jean-Paul Sartre.